quinta-feira, 11 de julho de 2013

É um dia bom para as Gordas

Hoje é daqueles dias, que não ris, que não choras. Simplesmente trancas a cara e esperas que ninguém fale contigo. Estou cinzento e o tempo ao que parece, por simpatia ou não, também o está. Por mais rodeado de gente que esteja, sinto-me sozinho, melancólico, tanto, que o que quero mesmo é estar bem no centro do nada. Olho para o horizonte e só vejo 10 cm em frente, sinto que corro à velocidade de gatinhar e que o futuro se assemelha à graciosidade de algo que por tão feio, inverteu a curva e se tornou um cómico irónico.
Dou por mim a sentir que podia ser levado, ou que podia tornar-me útil e utilizar-me como kamikaze contra a Assembleia ou assim.
Que merdice aglutinada que para aqui vai, nos olhos que o espelho vê, parece ainda pior. Estou zangado com o mundo ou com grande parte dele. Falta de empatia com as pessoas ou com atitudes. Realmente, deveria cortar um dedo por cada insinuação destas, que a quem lê, me faz julgar como sendo presunçoso, julguem, pouco me interessa, tal como eu pouco vos interesso, aliás, não é isto que fazemos aqui, ignorar uns e outros?

Mas não consigo parar de acreditar, sou um crente nas pessoas, já o disse antes.
E há sempre alguém que, pela boa disposição, me consegue provar que vale a pena.

Olá coisa gira, tudo bem?
Tudo e consigo?
Também, hoje está um dia lindo.
Ai sim? Então, mas está tão cinzento.
Mas está fresquinho, é um dia bom para as gordas.

Obrigado à minha vizinha, que me elucidou sobre as condições ideais para o Habitat das gordas aumentando o meu poder de argumentação, com dados verídicos, para alguma eventual discussão sobre gordas e, por me ter feito sorrir.




segunda-feira, 24 de junho de 2013

Emocionalmente, sou pouco inteligente. Prefiro assim,  inteligência é racionalidade e a emoção deve ser exactamente a sua antítese. A emoção é o que é, sentida e vivida naquele instante em que o tempo pára e nos apercebemos de cada arrepio a percorrer o corpo, o momento que solta, que desperta e se torna eterno, segundos com ADN do tempo no momento, que guardam em si milhares de páginas para escrever.
A ausência da inteligência emocional leva-me à prisão do passado de casos mal acabados com futuros pensados e de momentos registados. Mas não quero saber, prefiro assim. Esses pedaços sou eu, compõem-me e apaixonam-me ainda mais, após o momento de descompostura, sinto-me mais eu.
Já sou racional o suficiente, já articulo e deambulo por pensamentos suficientemente elaborados no dia a dia que me leve a permitir a mim mesmo, dar aso à emoção e compreender a evolução dos acontecimentos, como eles realmente são. É aí que me vislumbro, não por mais, nem por menos, simplesmente por aquilo que sou e que gosto de ser, sem me pautar por ninguém, sinto e observo ou observo e sinto..
Pelo que fui e pelo que irei ser, o que sou agora, só eu sei e assim será até que sinta o suficiente sem ter que pensar o que sou.

Hei-de sentir tanto e tanto, hei-de de me desiludir e de sorrir ainda mais, hei-de sentir tanto que simplesmente não terei de pensar o que sou, porque simplesmente sou o que sinto.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Procuro o sentido dos receios, mergulho em mim e sigo o sentido, sentindo. A falta de harmonia presente no caminho que percorro esta contada nas viagens ao inconsciente,  medos lógicos perpetuados ao longo de anos e vidas, o desenlace do nó cego é saboroso e solta a sensibilidade de sentir a brisa que até ali existe. Vou de viagem em viagem, com um peso que não é transportável na bagagem e volto de viagem em viagem com o sentimento de simplicidade complexa que assimila o aqui e o agora. Leio pelos detalhes, pelas entrelinhas dos acontecimentos a incapacidade de gritar ao mundo aquilo que foi e já não é. Junto com o meu silêncio troco palavras de ironia que pintam sorrisos transparentes daquilo que consegui demonstrar ser. Tão pouco necessito de jogos sem fronteiras que carreguem besteiras aos olhos de quem não precisa sequer de ver. Consigo compreender a própria compreensão, consigo tolerar a própria tolerância, até consigo aceitar a aceitação, desde que elas sejam isso mesmo, com coragem de ser aquilo que são. Não importa o que me digam ou disseram, em contrapartida do que senti, admiro que se projecte a verdade, desprezo o algoritmo da omissão com o fundamento da protecção sentimental.
Consigo sorrir para alguém de quem “tem”, “teve” ou “terá” aquilo que por erro pensei ser só ”meu”.

Chego de viagem e percebo o medo, o medo da solidão que tenho e que está presente no campo verde onde estivera, campo de horizontes cheios e medos vazios. O horizonte assusta por a enormidade, de eu querer todo o futuro e a sua ambição na ponta do presente, até que se entende a estrutura da construção do agora, sem projecções sem omissões ou promessas que prendam corações à dormência das emoções voláteis. Mas mais grave que projectar sensações a alguém, é esse alguém deixar sentir-se projectado por sensações pouco ecológicas. Utópicas para uns, sentidas para outros, um mapa composto por crenças fortemente ligadas à dependência de quem gosta profundamente, certamente se dará mal com um mapa de crenças estreitamente ligadas à paixão ardente que se apaga com a falta de oxigénio. Pouco importa porque tudo faz parte, pouco importa o que é feito por quem nos faz, o que importa é o que nós fazemos, por quem fazemos. O caminho faz-se caminhando, e o momento constrói-se com o eu a seu tempo, no seu momento, pedacinho por pedacinho sem a pressa de ver a projecção da situação ideal presente da caracterização interna que contemplamos. Calma nessa hora, a poesia na magia de ser-mos quem somos ao tempo que crescemos, projecta os momentos adequados para chegar ao nível de excelência que idealizamos para nós, sem pressa, apenas com compreensão, tolerância e aceitação, mais por nós do que pelos outros. Nós não somos o que nos fazem, tornamo-nos o que nos deixamos sentir pelo que foi feito. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Perfeito...Apesar da ausência da surpresa, pois sabes de cor todas as minhas favoritas, adoro quando me surpreendes.
Posso comer já? Vá lá, vamos ali, sobre aquele ponto, aquele que tem a vista maravilhosa, lá podemos deliciar-nos com elas. O nosso corpo vai certamente relaxar a cada trinca que vamos dando, uma após a outra, vamos ficando cada vez mais envolvidos.
Podemos fazer isto de forma ainda melhor, não achas? Pois tudo é maravilhoso e há sempre mais para aprender a cada trinca, para isso, basta confiar-mos na nossa mente inconsciente e simplesmente deixares-te levar pelo sabor.
Enquanto os sabores surgem, trazem com eles sentimentos, que vão e vêm. Escolhe-os, mas apenas aqueles, em que o teu comportamento melhora, sente-os... isso...sente-os, como se fosse a melhor sensação do mundo e depois, quando estiveres no clímax dessa sensação, pára, pára o tempo e sente o quanto bom é! E guarda o momento dentro de ti, para ti.
Este é o jeito, mais cedo ou mais tarde, vais entender, que enquanto olhas para mim, só te vai apetecer comer gomas, queres começar agora, ou daqui a pouco?
Consegues imaginar esta situação...num lugar onde todo o tempo, toda a energia e toda a razão, nem sequer existiam. Um tempo sem muros onde não há como dizer não ás gomas. O Horizonte do inconsciente, diz-te para comeres gomas, ou a goma come-te.
Os dois jovens homens e mulheres, eles são loucos por gomas, mas entraram em jejum.


segunda-feira, 27 de maio de 2013



Faz mais de um ano que não escrevo, e mais outro que por aqui ando, no jardim à beira mal plantado.

Uma espécie de resumo, de apanhado, do denso, doce e agudo capítulo que foi este último.
Muitos dias, muitas sensações, muitos estados, cresci, evoluí, sou mais eu.

Um dia que não é dia, não se sente, não se sorri, a brisa não toca e o calor não trespassa os corpos. Existem momentos que são prefixos do tempo, ocasionais mas, suficientemente doces ou agudos para serem marcantes.

Momentos doces, momentos comuns a criança, que escasseiam com o galopar da linha que evoluí e nos envelhece, momentos doces, em que o simples é elaborado o suficiente para ser eterno, tão simples que projectam sofisticação, que preenchem, que nos alucinam.

Momentos agudos, são momentos pouco desejados, fazem-nos sentir revoltados e muitas vezes esterilizados, reticentes da própria condição humana.

Ambos são especiarias que acrescentam à vida terrena o condimento necessário para que, degustemos a evolução da condição pessoal, da descoberta do “eu” mais profundo, da alma. Somos seres marcantes, para lá de matéria, somos pontos de luz, com capacidade de mudar o momento, uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, tantas, que juntas, podem mesmo mudar o mundo. Somos seres criadores da realidade que nos rodeia e, cada experiência, cada momento, marca exclusivamente quem somos, cabe-nos a nós optar pela quantidade de excelência que pretendemos disponibilizar em cada acto.

Olho em redor e é com tristeza que compreendo, compreendo perfeitamente a sociedade e cada um em particular, que se encontra envolto, doente, com patologia de “pilo-automático”. Levando-nos muitas vezes a cometer um salto neurológico sinuoso no processo perceptivo, atalhando o campo do córtex pré-frontal, directamente para um estado emocional governado pela vontade de saciar as emoções, sem que as auscultemos.
Somos constantemente bombardeados por azafamas sociais bilaterais, que representam labirintos de quotidianos formais e informais, repletos de armadilhas que se confundem ou difundem em forma de gargantilhas, diga-se, gravatas. Pessoas aperaltadas e tão pouco aparentam o que lhes apoquenta. A falta, o estrangulamento, a ausência de alento, a dificuldade de colocar na mesa o sustento.
Tal é o frenesim, tal é o stress acumulado pelas situações macro e micros, inevitavelmente intrínsecas ao padrão de vida cosmopolita, que nós próprios criámos e que nos castra.

A consciência a ciência, de auscultar aquilo que realmente somos, para assim, agir em conformidade, está em quarentena. A capacidade e o discernimento de escutar aquela pequena voz, aquela que, nos sussurra ao ouvido de mão dada ao peito, aquela que diz quem somos. É difícil, compreendo e vivo isso, às vezes mais do que desejo. Mas, tento, tento sempre, tento e empenho sempre mais que ontem e menos que amanhã, colocar em prática aquilo que eu chamo de, “parar o tempo”. Parar o tempo é um poder nosso, um poder de elevação pessoal, é mágico, uso-o, ainda não tanto quanto usarei, mas uso e divulgo-o. Para que o usem, explico-o da melhor forma que sei, pois a sociedade necessita de enormes dosagens do princípio activo, consciencialização. 

Não se vivem dias fáceis, é um facto, a falta de dinheiro para quem habita no epicentro da sociedade, é uma lacuna indissociável de uma qualidade de vida aceitável. Não é altruísta querer-se muito, não é egoísmo, não, é uma necessidade, os padrões que criámos para acesso a bens básicos é que estão elevados. Fazem sentir-nos frustração, que é marcada pela dificuldade em alcançar o estereótipo que nos foi cravado a ferros em criança, e que hoje, ainda tem marcas. Tudo isto dificulta a consciencialização, é mais a preocupação pela sobrevivência, que propriamente a de dar importância ao desenvolvimento da excelência pessoal. O País está um local diferente, os que cá ficam e que têm vontade de lutar, de fazer por si, aqueles que realmente hipotecam o seu tempo nas horas extras, com a convicção que é assim que o sucesso se constrói. Esses, à semelhança dos que se vão, encontram toda uma nova dificuldade a cada dia que passa, com a condicionante de ainda, assistirem de perto à deterioração do seu País e à volatilidade do seu trajecto. O País que os viu crescer e que lhes prometeu oportunidades, que os fez acreditar num conjunto de pressupostos, que se cumpridos, seríamos capazes de atingir uma qualidade de vida simpática. Hoje, nega-lhes isso mesmo. É necessária uma mudança, é necessária uma reprogramação para assegurar a manutenção da sanidade mental. O que era para ser, não é, e o que é, irá certamente deixar de ser.

Sou um crente, sou um crente nas capacidades que carregamos, na força que transportamos e que conseguimos impor, na flexibilidade e no espírito de sacrifício que possuímos. Somos seres fascinantes, se nos focar-mos em nós, nos nossos objectivos, sem deixar-mos que algo interfira, o resultado é a obtenção do delineado. Tenta, falha, tenta de novo, se falhares, muda a estratégia, puxa o gatilho e tenta de novo, esquiva, salta, defende, ataca e atinge com fair-play. 
Já me abalei várias vezes, umas vezes por força dos meus actos, outras tantas por força dos meus actos, apesar de, nessas ultimas outras tantas que referi, a olho nu, facilmente poder atribuir o peso das minhas mágoas a terceiros. Não, eu prefiro assumir, prefiro exigir mudança a mim, pois somos nós próprios os capacitados de criar a nossa realidade, pensando-a, dizendo-a e agindo em concordância. É mais fácil exigir mudança a terceiros, mas sem dúvida, mais compensador fazê las em nós. Adequar, inovar, instruir, assumir mudanças ecológicas compostas por capacidades perceptivas mais aguçadas que nos permitam esquivar de eventuais rasteiras sociais.

Hoje agradeço por tudo, mas, sobretudo por aquilo que, acho que não tanto mereci ou recebi. São esses momentos, os pseudo julgamentos que faço de mim próprio, que ao longo destes anos deram chance para o que sou hoje. Metade de emoção, metade de racionalização, um contrabalançar obtido por equilíbrio empírico . Foi por provar o amargo, que escorreguei e descobri o doce e logo a seguir o amargo novamente. Aprendi, o doce somos nós.

Existem pessoas que passam nas nossas vidas, que nos levam e deixam um pedaço. Existem pessoas que nos conseguem reensinar aquilo que deixámos de saber sentir. Existem pessoas que vamos sempre lembrar com um sorriso por mais que doa.

Um obrigado, hoje sou mais e neste ano, muito graças a ti.

Não somos, somos todos, união na perfeição daquilo que perfaz,